domingo, 31 de maio de 2009

Rêvasser stimulerait le cerveau


Contrairement aux idées reçues rêvasser stimulerait le cerveau plutôt que le ralentir et permettrait de résoudre des problèmes complexes, selon une nouvelle étude.

Cette étude, publiée dans l’hebdomadaire scientifique américain Proceedings of the National Academy of Sciences, montre que s’abandonner à une rêverie accroit l’activité de plusieurs régions du cerveau. Mais le plus étonnant, c’est que les parties du cerveau permettant de résoudre des problèmes complexes connaissent une activité intense lorsqu’une personne pense vaguement, alors que l’on croyait jusqu’à maintenant qu’elles se mettaient en veilleuse, selon le professeur Kalina Christoff, spécialiste du cerveau et principal auteur de l’étude.

L’étude laisse également entendre qu’ « être dans les nuages » favorise une plus grande activité du cerveau que lorsqu’une personne se concentre pour accomplir une tâche routinière. L’humain passe le tiers de son temps à rêvasser lorsqu’il est en éveil.

Depuis FREUD, nous savons que chaque rêve est une mine d’informations sur nos désirs les plus profonds. D’où notre frustration lorsque nous ne nos en souvenons pas. Pourquoi tant de rêveurs sont-ils frappés d’amnésie dès le réveil ? Et comment retrouver cette mémoire ?

Réponse :
«Notre amnésie tient surtout à notre manque d’intérêt pour le monde onirique : faute d’attention et de concentration, les rêves s’échappent, et il en va de même pour toutes les activités mentales « .

En revanche, dès lors que nous nous intéressons à nos pensées et à notre monde intérieur, notre mémoire est plus alerte.

Soñar despierto estimula el cerebro!
Sobre todo sabiendo que pasamos un tercio de nuestra vida durmiendo y soñando.

Entonces como soñar no cuesta nada :

SUEÑA BONITO!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

As palavras são essenciais?

Quais são as tuas palavras essenciais? As que restam depois de toda a tua agitação e projectos e realizações. As que esperam que tudo em si se cale para elas se ouvirem. As que talvez ignores por nunca as teres pensado. As que podem sobreviver quando o grande silêncio se avizinha.

(Vergílio Ferreira in "Pensar" )


AS PALAVRAS

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

(Eugénio de Andrade)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Prémio "Este Blog é Feminino e Inteligente"


A amiga Rosario Alonso do maravilhoso blogPalabras” - http://rosarioalonso.blogspot.com - concedeu-me mais uma distinção, desta vez o Prémio “Este Blog é Feminino e Inteligente”.

Regras do prémio:

- Escrever um conto, poema, definição, ou qualquer texto que inclua as palavras: vida, amor, literatura, sexo, viagem, cinema.
- Hay que escribir un cuento, poesía, poema, definición o lo que quieran que incluya las palabras: vida, amor, literatura, sexo, viaje, cine.

- Passá-lo a 7 blogs de mulheres.
- Pasarlo a 7 blogs de mujeres.

- Mostrar o link de todas e avisá-las nos seus blogs.
- Mostrar el link de todas y avisarles a cada una en su blog.

Como considero que a amiga Rosário me propôs um desafio, vou tentar, com todo o prazer, escrever em espanhol um texto que inclua as 6 palavras obrigatórias. Peço aos acérrimos defensores da língua de Cervantes que desculpem os erros que possivelmente aqui irão aparecer!!!

Texto con las 6 palabras obligatorias:

El amor es el sentimiento mágico de nuestra vida.
Pero, después de mucho tiempo aprendí que los hombres no se entregan por completo. El hombre da amor para conseguir sexo y la mujer da sexo para conseguir amor.
Para encontrar un amor intenso y verdadero hay que hacer un viaje por el mundo de la literatura y del cine.
¡Ahí es donde todas las mujeres pueden encontrar su Príncipe Encantado!

Proponho agora este mesmo desafio a todas as seguidoras mulheres do blog Um Farol chamado Amizade.

Este es un reto que ahora propongo a todas las seguidoras mujeres del blog Um Farol chamado Amizade.

Parabéns e Boa Sorte!...

Felicitaciones y Buena Suerte!...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Selo "Adoro o teu blog"

Mais um lindo selinho que a amiga Isa de " Momentos Meus" – http://isa-momentosmeus.blogspot.com - oferece a Tétis, deste blog, por se tratar dum “selo feminino” e por isso só destinado a bloguistas mulheres.

Mas, para merecê-lo é necessário cumprir certas regras que são:


1 – Colocá-lo no seu blog

2 – Indicar 10 blogues que adore

3 – Informar os blogs indicados que receberam o selo

4 – Dizer 5 coisas que adorem na vossa vida e porquê


Começarei pela 4ª regra:

As coisas que adoro são tantas que ficaria aqui dias e dias a enumerá-las. Mas, como são só 5 que “sou obrigada” a revelar, então aqui vão elas. Note-se que a ordem em que as menciono não significa qualquer prioridade:

- A minha família, porque é “a minha família”, aqueles que me dão amor e conforto incondicional e desinteressado.

- Os meus amigos, porque eles são muito importantes na minha vida.

- Os meus “bichinhos” (2 gatinhos e 2 cãezinhos) porque eles também me adoram e dão-me muito carinho.

- todos os animais, independentemente de espécies e raças porque eles são nossos irmãos e merecem ser tratados com respeito e ternura.

- a Natureza em geral, sobretudo a Natureza bruta, primitiva, onde ainda o Homem não provocou estragos (será que existe? Sim, ainda há pequenos recantos maravilhosos…)


Agora a regra número 2:

Como seleccionar 10 mulheres maravilhosas, com maravilhosos blogs, é tarefa dificílima, para não dizer quase impossível, resolvi alterar um pouco as regras estabelecidas e oferecer este selinho a todas as seguidoras mulheres de Um Farol chamado Amizade.

Assim, desde já felicito todas as nossas mulheres seguidoras e peço-lhes que recolham e coloquem nos seus blogs este selo que vos ofereço com toda a admiração e carinho.

sábado, 23 de maio de 2009

Flora em vias de extinção

No Dia Mundial da Conservação das Plantas, no passado dia 18 de Maio, foram vários os jornais e revistas que noticiaram mais uma catástrofe ecológica que, a médio prazo, irá acontecer em Portugal e que se prende com uma falha grave no que toca à preservação da biodiversidade, neste caso concreto com a Flora.

Poder-se-á dar um título comum, e assim resumir o tema de todas essas notícias/alertas que nesse dia foram publicadas:


“Oito espécies da flora portuguesa em perigo crítico de extinção”

Seguem-se alguns excertos das notícias que melhor elucidam quanto a este problema:

“No Dia Mundial da Conservação das Plantas, os especialistas dizem que o país está a falhar na preservação dos recursos vegetais. Defendem a criação de um banco de sementes que salvaguarde os recursos genéticos vegetais a nível nacional e a inclusão das espécies ameaçadas num Livro Vermelho de forma a assegurar a sua protecção.”

“A inexistência deste livro mostra que Portugal falha na conservação das plantas.”

"Estamos na lista dos países que não cumprem a Convenção para a Biodiversidade porque nunca elaborámos um Livro Vermelho das Plantas, um documento essencial para identificar as espécies vegetais mais ameaçadas e desenvolver planos de gestão apropriados para a conservação no território nativo e fora dele."

“A conversão das florestas em explorações agrícolas intensivas, incêndios, espécies exóticas e alterações climáticas são alguns dos factores críticos para a sobrevivência das plantas.”

“O relatório final da primeira fase do Plano Nacional de Conservação da Flora em Perigo, que tem como objectivo contribuir para a sua preservação... indica que sete destas espécies só existem em Portugal: Corriola do Espichel (Convolvulus fernandesii), Linaria ricardoi, Narciso do Mondego (Narcisus scaberulus), Miosótis-das-praias (Omphalodes kuzinskyanae), Diabelha do Algarve (Plantago algarbiensis), Diabelha do Almograve (Plantago almogravensis) e Álcar do Algarve (Tuberaria major). A oitava planta, conhecida como Trevo-de-quatro-folhas (Marsilea quadrifolia), existe em vários países, mas tem vindo a regredir em Portugal.”

Vamos agora tentar saber um pouco mais destas espécies da flora portuguesa, com dados extraídos das brochuras do ICN – “Plano Nacional de Conservação da Flora em Perigo”.

Corriola do Espichel (Convolvulus fernandesii)

É um arbusto ramificado de flores brancas. Habita fendas de afloramentos calcários e substratos instáveis ao longo das arribas com exposição predominantemente Sul. A floração decorre de Fevereiro a Junho.
Do ponto de vista filogenético, esta espécie está mais próxima das espécies da região macaronésica do que das espécies continentais do mesmo género. Este facto, associado à sua distribuição geográfica restrita a locais com um microclima marcado e ao carácter macaronésico das espécies que a acompanham (Fagonia cretica, Lavatera maritima, entre outras), faz supor que se trata de um neo-endemismo de origem macaronésica.
Tal como em muitas outras zonas do litoral português, a área de ocorrência está sujeita a intensas pressões de origem antropogénica, como actividades turísticas, de lazer e crescimento urbano.
Os núcleos mais extensos e com maior densidade populacional localizam-se junto ao Cabo Espichel, na zona recentemente abrangida pelo alargamento do Parque Natural da Arrábida.


Linaria Ricardoi

Herbácea endémica de Portugal continental associada aos ecossistemas agrícolas do Baixo Alentejo. É uma planta anual, de folhas lineares e carnudas, com a margem um tanto enrolada. As inflorescências formam um cacho com cerca de 17 flores, de corola pequena (9-12 mm) e cor violácea. A floração e frutificação desta espécie decorrem entre Fevereiro e Junho.
Está associada às comunidades de infestantes nas culturas cerealíferas de Outono/Inverno, sobretudo do trigo e mais raramente da cevada. No entanto, pode ocorrer também em zonas ruderais, nomeadamente em taludes e bermas de caminhos na vizinhança das searas. Os núcleos actualmente conhecidos encontram-se em olivais, em montados ou na berma de caminhos, provavelmente porque estas áreas estão sujeitas a menos aplicações de herbicidas.
A aplicação de herbicidas tem sido apontada como a principal causa da redução da área de distribuição desta espécie.
A sua área de distribuição abrange sobretudo o Baixo Alentejo Interior, na zona envolvente às localidades de Redondo, Ferreira do Alentejo, Serpa, Cuba, Alvito e Beja.


Narciso do Mondego (Narcissus scaberulus)

É uma planta bolbosa, com duas a sete flores amarelas. O período de floração é muito curto, decorrendo de Fevereiro a Abril em função das condições climatéricas. Esta espécie ocorre geralmente em áreas abertas e clareiras florestais e apenas em substratos graníticos.
O factor de ameaça mais relevante consiste na eventual expansão das florestas de produção de pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e, em menor grau, de eucalipto (Eucalyptus globulus), que alterem as condições de luz e de solo necessárias ao desenvolvimento da espécie.
Esta espécie distribui-se no troço montante da Bacia Hidrográfica do Rio Mondego.


Miosótis das Praias (Omphalodes kuzinskyanae)

Planta anual de pequenas dimensões (6 a 20cm) e flores branco-azuladas. A germinação tem início em Novembro e prolonga-se até Fevereiro ou Março. A época de floração decorre de Março a Junho. O período de frutificação coincide parcialmente com o período de floração e a maioria das plantas morre antes de Julho.
O pisoteio e a pressão imobiliária são os factores de ameaça mais importantes para a conservação da espécie. Os efeitos directos dos incêndios manifestam-se através da destruição das plantas e eventualmente das sementes. A nitrificação dos solos é um outro factor de ameaça.
A área de distribuição da espécie é muito restrita. As populações conhecidas estão incluídas na sua totalidade na área do Parque Natural de Sintra-Cascais. Nesta área, a espécie encontra-se em zonas com condições ecológicas variadas, desenvolvendo-se em dunas consolidadas, junto ao mar, assim como no topo das arribas costeiras em solos calcários, graníticos ou de areia. A espécie mostra, no entanto, uma clara preferência por solos arenosos e locais ensombrados.


Diabelha do Algarve (Plantago algarbiensis)

Planta vivaz, arroselada, com toiça lenhosa raramente dividida em duas. As folhas são lineares e agudas. Floresce de Maio a Agosto. Ocorre em solos argilosos, por vezes sujeitos a encharcamento temporário. Prefere zonas a jusante de pequenas nascentes de água ou clareiras de matos baixos acidófilos. É de salientar o comportamento ruderal da espécie em depósitos de entulhos resultantes das explorações de argilas.
Dado que é uma espécie rara e de distribuição geográfica restrita, o risco de ocorrências catastróficas de origem humana ou natural ou simplesmente de fenómenos biológicos e populacionais imprevisíveis, constituem um dos principais factores de ameaça à sua conservação. A estes factores acrescenta-se o crescimento urbano acelerado nas áreas onde se localizam as populações, e a sua proximidade às unidades de extracção de argila.
Actualmente são conhecidos três núcleos de distribuição geográfica desta espécie, estando um deles inserido no Sítio do Barrocal Algarvio.

Diabelha do Almograve (Plantago almogravensis)

É um arbusto de pequenas dimensões, com forma almofadada, de ramos curtos que terminam em rosetas foliares estreladas. As folhas são lineares e bicudas.
Esta espécie ocorre na faixa costeira, em solos arenosos pouco desenvolvidos com elevado teor em argila e ferro. Coloniza as clareiras de matos litorais, ocupando locais com água disponível nas camadas sub-superficiais do solo o Inverno e a Primavera.
Trata-se de uma espécie muito rara e de distribuição geográfica restrita, pelo que o risco de extinção devido a catástrofes de origem humana ou natural, é elevado.
A aplicação de agro-químicos, a passagem de viaturas e o pisoteio constituem factores directos de ameaça para além dos incêndios.
Actualmente só persiste uma população desta espécie, situada na proximidade de Vila Nova de Milfontes, inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

Alcar do Algarve (Tuberaria major)

Planta vivaz de pequenas dimensões, com toiça lenhosa ramificada e folhas dispostas na base do caule. As flores são amarelas e apresentam-se em cimeiras terminais. Prefere solos arenosos, ácidos e ocorre em clareiras de matos adaptados a condições de secura (xerófilos). A floração e a frutificação decorrem de Fevereiro a Maio.
A crescente pressão urbana, comum a todo o litoral algarvio, constitui o factor de ameaça mais relevante para a espécie. De facto, a maioria dos núcleos conhecidos está ameaçada por novos projectos urbanísticos.
Distribui-se ao longo do litoral algarvio, abrangendo os concelhos de Faro, Olhão e Loulé. Parte da área de distribuição está incluída no Parque Natural da Ria Formosa e no Sítio do Barrocal Algarvio.

Trevo-de-quatro-folhas (Marsilea quadrifolia)

É um feto semi-aquático que se assemelha a um trevo, apresentando folhas compostas por quatro folíolos. Habita locais, periódica ou permanentemente, inundados, margens de rios ou reentrâncias fluviais onde a velocidade da água é moderada.
Em Portugal as principais causas de regressão foram o aterro de charcas, a regularização das margens fluviais, a competição com espécies aquáticas invasoras, a edificação de barragens com a consequente regularização de canais, a alteração das técnicas culturais do arroz e a poluição dos cursos de água por efluentes domésticos e industriais.
Actualmente distribui-se, em Portugal, no Rio Douro, próximo da foz do Rio Corgo.

Os cientistas e investigadores que estudam a fundo a questão da biodiversidade são unânimes em considerar que nunca foi tão elevada a taxa de extinção de espécies, desde o desaparecimento dos dinossauros.
A situação actual da perda da biodiversidade é bem mais dramática do que aquela que na realidade se conhece. Basta pensarmos que dos aproximadamente 14 milhões de espécies que habitam o nosso planeta, apenas 13% estão estudadas e descritas pelos cientistas.

Embora hoje em dia já se comece a ter uma consciência global sobre a importância da biodiversidade para o futuro da Humanidade, a crescente pressão do Homem sobre os recursos naturais vai inevitavelmente aumentar a taxa de extinção.

Assim, teremos de ser todos e cada um de nós a tomar medidas e acções urgentes e concretas para que o futuro da Humanidade e do nosso planeta não continuem a caminhar a passos largos para a degradação e a catastrófica extinção.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Fernando Pessoa - ser feliz


Amigos,
seguimos con el grande Fernando Pessoa.

“Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.”

Totalmente de acuerdo con Fernando Pessoa !

“Pero no siempre quiero ser feliz
es necesario ser de vez en cuando infeliz
para poder ser natural...”

Y la felicidad solo se vive por instantes por siempre querer más ... y estar viviendo con esa esperanza.

Cuando lo consigues, todo vuelve otra vez a empezar sin cesar..


Yo creo, que es más feliz quien necesita menos!

En français :

« Le bonheur, c’est l’état de complète satisfaction, de plenitude. »


je pense que c’est impossible que ça dure tout le temps !

Ser Feliz



Ser Feliz

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes.
Mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo e que posso evitar que ela vá à falência.Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito de sua alma.Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.Pedras no caminho?
Guardo todas.
Um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Os Poetas do Parque

Fernando Pessoa (1888-1935)
Parte 3

Mais um passeio pelo Parque dos Poetas, ainda com Fernando Pessoa, mas desta vez com o seu heterónimo Alberto Caeiro.

ALBERTO CAEIRO

Alberto Caeiro da Silva é considerado o mestre de todos os heterónimos Pessoanos e foi criado no dia 8 de Março de 1914.
Fernando Pessoa construiu-lhe uma biografia completa.
Alberto Caeiro nasceu em 16 de Abril de 1889, em Lisboa, no entanto, órfão de pais, viveu quase toda a sua vida no Ribatejo, na quinta de uma tia-avó.
Era de estatura média, louro, de pele muito branca e olhos azuis.

Não teve profissão e a educação cingiu-se à instrução primária.
Foi no Ribatejo que escreveu o elementar da sua obra: primeiro “O Guardador de Rebanhos”, depois “O Pastor Amoroso” que não foi concluído. Voltou para Lisboa no final da sua vida e aí escreveu os “Poemas Inconjuntos”, antes de morrer de tuberculose em 1915 com vinte e seis anos de idade.
Caeiro escrevia (com a linguagem simples e o vocabulário limitado de um poeta camponês pouco ilustrado) uma poesia livre, inovadora, próxima da prosa e do falar diário. Nos seus poemas longos, não há muitas regras métricas, nem de estrofes nem de rimas. Mas, sob a aparência exterior de uma justaposição arbitrária e negligente de versos livres, há uma organização rítmica cuidada e coerente. Alberto Caeiro é o “abstrador” paradoxalmente inimigo de abstracções; daí a secura e pobreza lexical do seu estilo.

Ao contrário de Pessoa, foi o poeta do real nunca fugindo para o sonho.
Fernando Pessoa chamou a Caeiro “Mestre”, porque enquanto Pessoa ortónimo procurava constantemente conhecer o que está para além daquilo que se vê e sente,
Caeiro não procurava qualquer sentido para a vida porque lhe bastava aquilo que via e sentia em cada momento. Praticava o realismo sensorial, numa atitude completamente oposta à meditação da poesia simbolista de Pessoa. É o poeta que se volta para a fruição directa da Natureza, buscando “as sensações das coisas tais como são” e opondo-se radicalmente ao intelectualismo, à abstracção, à especulação metafísica e ao misticismo.
O importante para ele é o ver e o ouvir: “A sensação é tudo (...) e o pensamento é uma doença”. É por isso o mais objectivo dos heterónimos, procurando o objectivismo absoluto e eliminando todos os vestígios da subjectividade.Calmo, naturalmente conciliado consigo mesmo e com o mundo, Alberto Caeiro possuía a mansidão e a sabedoria que os outros invejavam.


Resumindo: Alberto Caeiro é o mestre que Fernando Pessoa contrapõe a si mesmo e com o qual tenta aprender um sentido para a vida, a viver sem dor, a envelhecer sem ânsia, a morrer sem angústia, a sentir sem pensar e a ser um poeta não fraccionado.

"O GUARDADOR DE REBANHOS"

O Guardador de Rebanhos é uma obra constituída por 49 poemas que foram publicados
em 1925 nas 4ª e 5ª edições da revista Athena, com excepção do 8º poema do conjunto que só viria a ser publicado em 1931, na revista Presença. Em 1946 foram publicados na íntegra pela primeira vez, no volume intitulado Obras Completas de Fernando Pessoa. III. Poemas de Alberto Caeiro (Lisboa, Ática, 1946).

Existe, contudo, alguma polémica e dúvidas quanto à data em que “O Guardador de Rebanhos” foi escrito.

Na Biblioteca Nacional de Portugal, que guarda o espólio de Fernando Pessoa, existe um manuscrito, sem dúvida um dos mais interessantes deste espólio, que é o manuscrito de O Guardador de Rebanhos, autógrafo assinado por Fernando Pessoa e Alberto Caeiro. Este manuscrito inclui 49 poemas, escritos no mesmo tipo de papel, com o mesmo tipo de instrumento de escrita e a mesma caligrafia. Esta "unidade de escrita, de local e de tempo de concepção" parece sugerir que este conjunto de poemas foi escrito de um jacto e "em êxtase". Assim sendo, esta teoria viria confirmar a existência do tal "dia triunfal" a que se refere Pessoa na famosa carta a Casais Monteiro (13 de Janeiro de 1935) sobre a génese de O Guardador de Rebanhos e do seu heterónimo Alberto Caeiro:

"Num dia em que finalmente desistira - foi em 8 de Março de 1914 - acerquei-me de uma cómoda alta e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título “O Guardador de Rebanhos”. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive."

Contudo, uma leitura atenta do manuscrito permite mostrar que assim não é. A caligrafia é demasiado perfeita para ser escrita num ápice, num momento único de inspiração. Foram utilizadas pelo menos 4 canetas na redacção do manuscrito, as emendas do texto são de vários momentos e feitas com materiais diferentes, além de que existem várias dezenas de rascunhos e cópias intermédias conservadas neste espólio da Biblioteca Nacional. Estes documentos mostram que no processo de escrita de “O Guardador de Rebanhos” houve pelo menos três fases distintas: uma fase de rascunhos, uma fase de passagem a limpo e uma fase posterior de emendas. Outro aspecto ainda a salientar prende-se com a datação. Embora no final do manuscrito surja a data "1911-1912", com a mesma caneta utilizada na assinatura "Alberto Caeiro", alguns poemas estão datados no final a tinta vermelha, a mesma tinta que é usada na assinatura "Fernando Pessoa", que vem a seguir à do heterónimo, entre Março e Maio de 1914.

Estas são, provavelmente, as datas que mais se aproximam da realidade, se tivermos em conta as datas dos rascunhos existentes no espólio.
Todos os poemas de “O Guardador de Rebanhos” são pensamentos e sensações que mostram a forma simples e natural de sentir e dizer do seu autor, voltado para a natureza e as coisas puras.
Segundo Caeiro, a vida não deve ser pensada, deve ser sentida, mas não sentida com sentimentos, mas sim com os sentidos físicos, tacto, olfacto, paladar, audição e visão. Todo aquele que pensa automaticamente está cego para a realidade, pois "não existem coisas por trás das coisas, então não existe um objectivo real para o pensamento". Repare-se no poema que se segue em que Caeiro critica os poetas que pensam que existe no "luar através dos altos ramos" algo mais que o próprio "luar através dos altos ramos":

Poema XXXV

O luar através dos altos ramos,
Dizem os poetas todos que ele é mais
Que o luar através dos altos ramos.

Mas para mim, que não sei o que penso,
O que o luar através dos altos ramos
É, além de ser
O luar através dos altos ramos,
É não ser mais
Que o luar através dos altos ramos.

Toda a filosofia de Caeiro pode ser representada por estas palavras:

"As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas."

Alberto Caeiro revela no IX poema o verdadeiro significado do título de “O Guardador de Rebanhos”. Este poema é todo ele uma experiência do sentir. É através das sensações, dos cinco sentidos, que o poeta estabelece a relação com a realidade e essa forma de relação sensacionalista é o bastante para o fazer feliz.
Poema IX

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.


"O Guardador de Rebanhos" - interpretado por Mário Viegas (1948-1996)

Autores do post: Tétis e Argos

sábado, 16 de maio de 2009

O Farol de novo em Festa!...

Amigos,

O nosso Farol está de novo em festa!...

Desta vez trata-se de “uma cerimónia oficial” para comemorarmos o facto de termos chegado ao 100º Seguidor registado no nosso blog.

Vimos assim, por este meio, convidar todos os amigos (seguidores registados, não registados, potenciais seguidores, visitantes, enfim, todos os amigos da blogosfera) para estarem presentes e participarem nessa festa/cerimónia que irá ter lugar no nosso Farol.

Queremos que aqui fique registado que a realização desta festa/cerimónia só é possível graças a todos os 99 seguidores que se registaram no blog. Sem vocês, sem a vossa dedicação e amizade, nunca teríamos chegado ao Seguidor nº 100, como é óbvio.

A festa/cerimónia constará dos discursos habituais em eventos deste cariz, a que se seguirá a entrega do “Selo 100º Seguidor de Um Farol chamado Amizade” a Francisco Sierra do blog “Albanta al revés com permiso de Luís Eduardo”. Para finalizar festejaremos com um beberete onde, esperamos, possamos todos confraternizar em alegre convívio.

Gracias Francisco porque eres el 100º seguidor de nuestro blog. Te ofrecemos esta tarjeta para colocarla en tu blog.



quinta-feira, 14 de maio de 2009

Selo "Este blog é pura luz"

“EU SOU LUZ E QUERO ILUMINAR O SEU CAMINHO COM O BRILHO DA AMIZADE QUE IRRADIA DO NOSSO FAROL”

Um Farol chamado Amizade foi distinguido com mais um selo bem lindo da amiga Reggina Moon do blog “Poesia no Tempo” - http://poesianotempo.blogspot.com/

Cabe-nos a dificílima e dolorosa tarefa de repassar este selo a 5 blogues que sejam, para nós, “blogues de luz”…

Como consideramos que há muitos “blogues de luz” e correríamos o risco de estar a presentear uns e a esquecermo-nos de outros não menos importantes, optámos, esperando não sermos “julgados em tribunal!...”, passar este selinho a todos os nossos seguidores que, para que a ele tenham direito, deverão seguir as seguintes normas:

1- Completar e exibir a frase: “EU SOU LUZ E QUERO ILUMINAR..."
2- Linkar o blog de onde o selo partiu e deixar um recado avisando que o recebeu.
3- Repassar o selo para cinco blogues que, na sua opinião, sejam “blogues de luz”.

Parabéns para todos os nossos seguidores que bem merecem este selo!...

terça-feira, 12 de maio de 2009

O Mar, o Sol e a Pérola – Lenda da Figueira da Foz

Um post dedicado à minha amiga Tétis com muito carinho e respeito.


No início da criação do mundo, Deus enviou à terra dois dos seus melhores assistentes para suprir as primeiras necessidades da humanidade. Um desses assistentes era o Mar, o outro, o Sol. Para os incitar a fazer o seu melhor trabalho havia um prémio, especial, retirado da arca dos tesouros do Céu– uma pérola de valia inestimável que qualquer um deles haveria de prezar.
O mar quando julgou estar na perfeição do seu trabalho foi ter com Deus e disse que achava ser ele o vencedor, pois era o fornecedor do maior alimento dos homens, o peixe.
Que fizera de muitos homens pescadores para que nas mesas nunca faltasse comida; de outros fizera marinheiros para que nas suas viagens encontrassem outros homens e com eles partilhassem os agradecimentos ao criador do mundo.
O Sol, por sua vez, achava que a pérola devia ser para ele, pois bastava o seu calor para que ninguém tivesse frio e a sua luz para marcar o ritmo dos dias e das noites, para que todos pudessem labutar e descansar a horas certas. Isto para não falar do germinar das sementes pela acção solar permitindo o aparecimento do pão.
Deus entendeu que ambos os assistentes tinham sido essenciais e como tal, decidiu premiá-los por igual.
Assim, abrindo a arca dos tesouros do Céu, retirou de lá essa extraordinária Pérola que é a Lua e colocando-a num espaço perto da terra disse:
- Mar, ai tens a Pérola-Lua para que a envolvas num abraço e a espelhes em noites de calmaria.
- Sol, dá à Pérola-Lua o teu calor e luz para que ela nos diga quanto vales.
E os homens reconhecidos a Deus, retribuíram a tantas graças recebidas, fazendo que num lugar da Terra se conjugassem as belezas do Mar e do Sol, criando a praia da Figueira.

Da Figueira que por ter um rio a lançar-se ao mar, passou a ser Figueira da Foz – Uma pérola, como a Lua, carregada de beleza.

domingo, 10 de maio de 2009

Eu e a música

Existe uma canção portuguesa que na sua letra tem os seguintes versos:

Quando a tristeza me invade
Canto o fado
Se me atormenta a saudade
Canto o fado...

Como não "canto o fado", nesses momentos e de acordo com o meu estado de alma, "ouço música"!...

Já Walter Haddon (1515-1572) dizia: "A música é o remédio da alma triste".

Mais tarde, Fernando Pessoa, em "O Livro do Desassossego" diz: “Um hálito de música ou de sonho, qualquer coisa que faça quase sentir, qualquer coisa que faça não pensar.”

sexta-feira, 8 de maio de 2009

La vida es construida con sueños y concretizada con el amor!



Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo eu sabendo que as rosas não falam.


Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre.

Que eu não perca a vontade de VIVER, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...

Que eu não perca a vontade de ter grandes AMIGOS, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...

Que eu não perca a vontade de AJUDAR as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.

Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia.

Que eu não perca a VONTADE de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim...

Que eu não perca a LUZ e o BRILHO no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo, escurecerão meus olhos...

Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos.

Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.

Que eu não perca o sentimento de JUSTIÇA, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.

Que eu não perca o meu forte ABRAÇO, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...

Que eu não perca a BELEZA e a ALEGRIA de ver, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...

Que eu não perca o AMOR por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia.

Que eu não perca a vontade de doar este enorme AMOR que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado.

Que eu não perca a vontade de ser GRANDE, mesmo sabendo que o mundo é pequeno... E acima de tudo...

A vida é construída nos sonhos e concretizada no amor!

“La vida es construida con sueños y concretizada con el amor!”

Francisco Cândido Xavier.

mi universo

quinta-feira, 7 de maio de 2009

"Premio Compartir"



Prémio concedido por Laura Gómez Recas, do blog "Hortus Liber", http://lauragomezrecas.blogspot.com/. Gracias.

Atribuímos este prémio a todos os blogueiros que partilham generosamente a sua actividade e conhecimento, constituindo uma fonte de alegria e interesse para todos.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A vida é...

Como alguém muito sabiamente disse:

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".

And now the end is near
And so I face the final curtain
My friend I'll say it clear
I'll state my case of which I'm certain

I've lived a life that's full
I traveled each and every highway
And more, much more than this
I did it my way

Regrets I've had a few
But then again too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption

I planned each charted course
Each careful step along the byway
And more, much more than this
I did it my way

Yes there were times I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all when there was doubt
I ate it up and spit it out, I faced it all
And I stood tall and did it my way

I've loved, I've laughed and cried
I've had my fill, my share of losing
And now as tears subside
I find it all so amusing

To think I did all that
And may I say not in a shy way
Oh no, oh no, not me
I did it my way

For what is a man what has he got
If not himself then he has not
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels
The record shows I took the blows
And did it my way

Yes it was my way


(My Way -Frank Sinatra )

domingo, 3 de maio de 2009

Maio, mês das Flores

E chegou o mês de Maio!...

Maio é um mês lírico, poético, idílico, alegre, sonoro e colorido. A Primavera revela-se em toda a sua exuberância.


Maio é chamado de “mês das flores”, mas também mês das noivas, mês das mães, mês de Maria… É talvez, por isso, o mês mais “feminino” do ano, pois nele coincidem tantas festas femininas!...


Significado da palavra Maio

Maio é o quinto mês do calendário gregoriano, devendo o seu nome à deusa grega Maya ou à deusa romana Maiesta, a Bona Dea.

Maya era, na mitologia grega, uma ninfa que com Zeus teve o filho Hermes, o mensageiro dos deuses.
Na tradição romana, Maia era mãe de Mercúrio, a deusa do despertar da natureza na Primavera, da fecundidade, do cultivo e do crescimento das plantas.

Maiesta, a Bona Dea (Boa Deusa), esposa de Vulcano, o deus do fogo, é a deusa romana da fertilidade, da abundância e da terra. Representa a virgindade e a fertilidade nas mulheres.

Sempre as flores como símbolos do mês de Maio

Maiesta, a Bona Dea

A palavra Maio está relacionada, como já dissemos, com Maiesta, um antiga deusa dos romanos que estava, ela também, associada com uma outra figura divina, a Bona Dea, ou a boa deusa da fertilidade e da abundância. Nas festas em sua honra, os homens não eram admitidos. A mitologia greco-romana também fala de um festival das flores em sua homenagem e que acontecia entre Abril e Maio. E, como em muitas festas primitivas que celebravam a Primavera, além das flores, símbolo da renovação da vida, os rituais incluíam muita dança, muita festa e uma grande liberdade. Possivelmente, homens e mulheres, libertos das roupagens sombrias e escuras do Inverno, vestiam panos claros, transparentes e flutuantes, rodopiando e dançando em campos verdejantes ao som dos alaúdes e das flautas. Usavam flores nos cabelos, presas nos pulsos, na cintura. Florália era o nome desse festival das flores, era a festa da Natureza em todo o seu esplendor.

Beltane, a festa da Primavera

Em Maio, nos países do hemisfério Norte, a Primavera está no auge. As Florálias romanas eram apenas um dos grandes festivais que, no continente Europeu, marcavam a mudança da estação Beltane era o grande festival do fogo entre os Celtas, o povo que vivia em boa parte do que hoje se conhece como Europa, antes da expansão do Cristianismo. Para os Celtas o Verão começava entre o dia 30 de Abril e 1º de Maio.
Estes festejos de Primavera celebravam não só o regresso do calor, como eram um louvor, uma homenagem que se fazia para garantir boas colheitas do trigo recém semeado. Os rituais de fe
rtilidade traziam a festa para os campos. Os casais dançavam em torno dum mastro, símbolo da árvore sagrada, enrolando e desenrolando fitas coloridas, aproximando-se e afastando-se, em autênticos jogos de sedução.
Por toda parte, encenava-se sobre a terra, o mesmo acto sagrado que assegurava a vida: a germinação das sementes. Na última noite do festival, as orgias reproduziam o casamento sagrado que unia o casal divino. E, repetindo o acto criador original, faziam circular a energia criativa, espa
lhando-a pelos campos cultivados. A mágica do ritual garantia, deste modo, a vida vegetal e animal até ao ano seguinte.

Maio, mês das noivas

Para os nossos antepassados seria impensável trocar as cerimónias típicas da Primavera pelas do Outono e vice-versa. Cada época tinha o gosto, os cheiros, as cores e o espírito próprios dessa estação.
A cerimónia do casamento, tal como a conhecemos hoje, é bem diferente do que foi até ao século 18. Só para exemplif
icar, a função do padre resumia-se a abençoar o leito nupcial, para garantir a fecundidade da “semente” do casal.
As flores, símbolo supremo dessa estação do ano, tinham papel fundamental neste ritual. Eram elas que enfeitavam as noivas com os tons e perfumes da própria Primavera. Depois também o costume de jogar arroz ouqualquer outro grão nos noivos fazia parte integrante desta cena da Primavera.
Abundância e fertilidade era tudo de que um casal precisava para
para juntos atravessarem muitas primaveras e muitos invernos.

FLOR DE MAIO

Em todas as festividades da Primavera, do mês de Maio, as flores eram e ainda são parte integrante e fundamental, são os símbolos da estação e do mês.

Mas, além de Maio ser o mês de todas as flores, existe uma espécie floral denominada, vulgarmente, “Flor de Maio”.

Também conhecidas como Flores-de-Seda e podendo chegar a 60 centímetros de altura, as Flores-de-Maio, cactáceas originárias do Brasil, florescem entre o Outono e o Inverno (Primavera e Verão no hemisfério Norte) nas cores rosa, vermelha, branca ou amarelada, com uma fantástica beleza ornamen
tal em tons dégradé.
Embora os cactos estejam sempre associados a espinhos, a Flor-de-Maio foge à regra. Devido à textura das suas belas e delicadas flores, também é chamada de Flor-de-Seda. Apesar de que o seu nome indica o mês de Maio, a floração inicia-se em Abril, podendo estender-se até Julho, mas é realmente no mês de Maio que ela se encontra no apogeu do seu esplendor.

Nome Científico: Schlumbergera truncata
Nome Popular: Flor-de-Maio, Flor-de-Seda
Família: Cactaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: Brasil
Ciclo de Vida: Perene
Porte: de 30 à 60 cm de altura.
Características: Herbácea epífita e suculenta cultivada em vasos à meia-sombra ou à sombra. Floração
muito ornamental, nas cores róseas, vermelhas, brancas ou amareladas.
Deve ser cultivada em terra orgânica e bem drenada. Prefere clima quente e húmido.
Propagação: Por estacas de folhas.

MAIO

Mês das flores
Mês de sorrir
Mês de ser feliz
Mês de homenagear os amigos, de agradecer aos antigos e de dar as boas vindas aos novos.

Flores para todos!...

Um Farol chamado Amizade” oferece esta Flor de Maio não só a todas as mães da blogosfera, como a todos os amigos que por aqui passarem.

Peguem na Flor de Maio e levem-na para os vossos blogues, como prova da Amizade e do grande carinho que temos por todos vós!...